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A cadência dos finais felizes

Há quem diga que a recta final é a mais difícil. A que pressupõe o maior esforço. A meta está lá ao fundo, faltam apenas poucos quilômetros, mas as pernas pesam chumbo. É quando já nos apercebemos que vamos ganhar ou perder, quando o sol fica mais forte e já não temos água que nos refresque a boca. O início foi suave, com toda a força, pensamento positivo e olhar na vitória. A meio vamos sendo ultrapassados, fazemos um sprint adicional mas não superamos a descida do pódio. Quando se começa a perder terreno, o piso começa a inclinar. Pé ante pé vamos caminhando e fazemo-nos indiferentes às bolhas que já se formaram e ao esforço a cada batimento cardíaco. Por fim aceita-se a derrota mas a persistência não nos deixa desistir. Começam os últimos quilómetros. Com cadência, disciplina e muita fé no que está para além da meta. Depois de aceitar, de compreender, de fazermos as pazes connosco, é preciso deixar acontecer. Deixar que a sorte nos leve até lá. Deixar que o coração nos guie.
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